Sexta-feira, 13 de Abril de 2007

Regresso

 

 

Retomo o poema de Jorge de Sena que nos devolve ao lugar pátrio, Esse tal canto de afectos que une o indígena ao húmus primordial

  

 

“ Tu és a terra...”

 

Tu és a terra em que pouso.

Macia, suave, terna, e dura o quanto baste 

a que teus braços como tuas pernas

tenham de amor a força que me abraça

 

És também pedra qual a terra às vezes

contra que nas arestas me lacero e firo,

mas de musgo coberta refrescando

as próprias chagas de existir contigo.

 

E sombra de árvores, e flores e frutos,

rendidos a meu gosto e meu sabor.

E uma água cristalina e murmurante

que me segreda só de amor no mundo.

 

És a terra em que pouso. Não paisagem,

não Madre-Terra nem raptada ninfa

de bosques e montanhas. Terra humana

em que me pouso inteiro e para sempre. 

 

 

 

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publicado por Carpinteira às 20:27
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